Parceria com EBANX oferece nova solução de pagamentos para brasileiros
A Stripe, uma das maiores empresas globais de tecnologia financeira, anunciou a integração do Pix — sistema de pagamento instantâneo do Banco Central do Brasil — à sua plataforma por meio de uma parceria com a EBANX. Essa novidade permite que empresas estrangeiras, incluindo agências de turismo e companhias aéreas, aceitem pagamentos via Pix de clientes brasileiros. A integração representa um avanço significativo para o comércio eletrônico e o setor de viagens no Brasil, oferecendo uma opção de pagamento rápida, acessível e adaptada ao comportamento do consumidor local.
Pagamentos locais em Reais com o Pix: um diferencial competitivo
Com a nova integração, empresas internacionais podem agora processar pagamentos em Reais utilizando o Pix, um sistema que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Para o setor de turismo, essa funcionalidade representa uma oportunidade valiosa de melhorar a experiência de reserva para o público brasileiro. Viagens, hospedagens e passeios podem ser pagos de forma quase imediata, eliminando barreiras comuns em transações internacionais, como taxas de câmbio ou atrasos nas autorizações de cartão de crédito.
O Pix já é utilizado por mais de 93% da população adulta brasileira e se consolidou como o método de pagamento preferido para compras online e operações do dia a dia. Para as empresas do setor turístico, especialmente as que buscam expandir sua atuação no Brasil, a adoção do Pix pode facilitar o acesso a uma base de clientes mais ampla e engajada.
Impacto direto no turismo e no comércio eletrônico
Segundo projeções do setor, o Pix deverá ultrapassar os cartões de crédito em volume de transações online no Brasil até 2025. Com isso, a integração entre Stripe e EBANX coloca empresas de turismo em uma posição estratégica para atender às preferências de pagamento do público local. Isso é especialmente relevante num momento em que o Brasil se destaca como um dos maiores e mais dinâmicos mercados turísticos da América Latina.
Empresas que operam no país podem, a partir dessa solução, ampliar a conversão de vendas ao oferecer uma experiência de compra mais fluida e adaptada às práticas locais. Isso também ajuda a reduzir a dependência de sistemas de pagamento internacionais, muitas vezes mais complexos ou inacessíveis para consumidores brasileiros sem cartão internacional.
Benefícios estratégicos para empresas de turismo
A inclusão do Pix nas plataformas de pagamento traz diversos ganhos para negócios do setor de viagens:
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Facilidade e conveniência para o cliente brasileiro: como o Pix já faz parte do cotidiano dos consumidores, usá-lo para reservas de voos, hotéis e pacotes turísticos reduz o atrito na finalização de compras e melhora a experiência do usuário.
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Expansão de mercado: muitas pessoas no Brasil não possuem acesso a cartões de crédito internacionais. Ao aceitar Pix, empresas globais aumentam significativamente seu alcance dentro do país.
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Aumento de receita: dados da EBANX indicam que comerciantes que passaram a oferecer Pix como meio de pagamento viram um aumento médio de 16% no faturamento e 25% no número de clientes. Para o setor de turismo, esses percentuais podem representar um crescimento expressivo no número de reservas.
Stripe também aposta em blockchain com projeto secreto “Tempo”
Enquanto fortalece sua atuação no Brasil com soluções locais, a Stripe também estaria desenvolvendo silenciosamente um projeto de blockchain próprio, batizado de “Tempo”, segundo informações divulgadas pela revista Fortune. O projeto, que seria otimizado para pagamentos, tem como objetivo preencher uma lacuna em seu ecossistema cripto, complementando aquisições recentes como a startup de stablecoins Bridge e a provedora de infraestrutura de carteiras digitais Privy.
Stablecoins vêm sendo vistas como uma peça-chave para tornar as criptomoedas mais acessíveis globalmente, com transações mais rápidas e baratas. Contudo, essa corrida por soluções próprias, como a Tempo da Stripe, o Base da Coinbase e o sistema da Robinhood, pode levar o setor a um cenário de plataformas fechadas, semelhante ao que aconteceu nos primórdios da internet.
Desafios à interoperabilidade e concentração de mercado
A analogia com o início da web ilustra bem o desafio: apesar de os protocolos da internet serem abertos, grandes empresas criaram “jardins murados” que limitavam a interoperabilidade. Com a crescente adoção de stablecoins por grandes players, existe o risco de concentração de poder, o que pode impactar negativamente a neutralidade e a liberdade no setor de pagamentos.
Com a promulgação da lei GENIUS nos EUA, os próximos 12 a 18 meses devem ser decisivos para o futuro do ecossistema cripto e dos pagamentos digitais. A Stripe, ao integrar soluções como o Pix e ao desenvolver sua própria blockchain, se posiciona para liderar essa transformação — tanto nos mercados emergentes quanto na nova economia global baseada em ativos digitais.