Brasil x Chile: Em Busca de Afirmação, Seleção Encerra Preparação para a Copa no Maracanã

A data FIFA de setembro esquenta o cenário do futebol mundial com as rodadas decisivas das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Com a expansão do torneio para 48 equipes, muitas nações veem uma oportunidade histórica de garantir sua vaga no principal palco do esporte, que será sediado nos Estados Unidos, México e Canadá. Enquanto algumas seleções buscam encerrar longos jejuns, outras, como o Brasil, já classificado, utilizam os jogos restantes como preparação e para reafirmar seu status. Neste contexto, a Seleção Brasileira recebe um Chile em crise no icônico estádio do Maracanã.

O Momento da Seleção Brasileira sob o Comando de Ancelotti

Apesar de ser a única nação a ter participado de todas as 23 edições da Copa do Mundo e já ter sua vaga garantida, o Brasil vive um período de transição. Após uma saída conturbada no Catar, a equipe passou por um período caótico, com Ramon Menezes e Fernando Diniz no comando técnico antes da chegada de Dorival Júnior. Agora, o aguardado Carlo Ancelotti finalmente assumiu o time em junho, mas seu início tem sido discreto. A estreia foi um empate sem gols contra o Equador em Guayaquil, seguido por uma vitória magra por 1 a 0 sobre o Paraguai em São Paulo, com gol de Vinícius Júnior.

Esses resultados deixam o Brasil na terceira posição na tabela da CONMEBOL, dez pontos atrás da líder Argentina. O grande desafio de Ancelotti tem sido fazer o ataque da equipe engrenar. Embora a defesa pareça mais estável, a Seleção marcou apenas um gol nos últimos dois jogos, uma performance abaixo do esperado para um time repleto de talentos ofensivos. O confronto contra o Chile no Maracanã, e depois contra a Bolívia na altitude de El Alto, serão os últimos testes competitivos antes do Mundial, e a expectativa é por uma atuação convincente para dissipar as dúvidas que pairam sobre a equipe.

A Profunda Crise da Seleção Chilena

Se o Brasil busca se reencontrar, o Chile vive o fundo do poço. A geração que conquistou o bicampeonato da Copa América em 2015 e 2016 parece ter chegado ao fim, e “La Roja” amarga a eliminação da terceira Copa do Mundo consecutiva. Os números da campanha atual são desoladores: em 16 partidas, a equipe conquistou apenas duas vitórias, ambas em Santiago, marcou míseros nove gols e sofreu dez derrotas.

O fraco desempenho resultou na demissão do técnico Ricardo Gareca, com Nicolás Córdova assumindo interinamente. Focando no futuro, Córdova deixou de fora veteranos icônicos como Arturo Vidal e Alexis Sánchez. A equipe que entrará em campo no Rio de Janeiro será marcada pela renovação e pela inexperiência. Para agravar a situação, o zagueiro Francisco Sierralta está suspenso por cartão vermelho, e o atacante Víctor Dávila, por acúmulo de amarelos. Com apenas dez pontos, o Chile corre o risco de quebrar seu recorde negativo de 12 pontos, registrado nas Eliminatórias de 2002.

Prováveis Escalações e Desfalques

Carlo Ancelotti tem uma longa lista de desfalques importantes, incluindo Éder Militão, Joelinton, Matheus Cunha, Rodrygo, Antony e Neymar, além de Vinícius Júnior, que cumpre suspensão. Ainda assim, o treinador dispõe de muitas opções de qualidade. Alisson segue como titular absoluto no gol, enquanto Gabriel Magalhães, recuperado de lesão, deve formar a dupla de zaga com o capitão Marquinhos. No ataque, a jovem promessa Estêvão pode ganhar uma chance, e Richarlison é o favorito para ser o centroavante, buscando ampliar seus 20 gols pela Seleção.

  • Provável escalação do Brasil (4-2-3-1): Alisson; Wesley, Marquinhos, Gabriel, Caio Henrique; Casemiro, Bruno Guimarães; Estêvão, João Pedro, Raphinha; Richarlison.

Pelo lado chileno, a ausência dos veteranos abre espaço para novos nomes. Os três goleiros convocados nunca atuaram pela seleção principal, com Lawrence Vigouroux sendo o mais cotado para a estreia. A defesa terá a responsabilidade de ser liderada por Guillermo Maripán e Paulo Díaz, os únicos com mais de 35 jogos pela equipe. No ataque, a esperança de gols recai sobre Ben Brereton Díaz.

  • Provável escalação do Chile (4-3-3): Vigouroux; Hormazábal, Maripán, Kuščević, Suazo; Echeverría, Loyola, Pizarro; Osorio, Cepeda, Brereton Díaz.

Histórico e Prognóstico

O retrospecto do confronto é amplamente favorável ao Brasil. Em 76 jogos, foram 55 vitórias brasileiras, 13 empates e apenas 8 vitórias chilenas. O domínio é ainda mais esmagador em território brasileiro, onde “La Roja” jamais conseguiu vencer a Seleção. Nos últimos 18 encontros, o Brasil venceu 16, incluindo os cinco mais recentes.

Diante da enorme diferença técnica, da crise vivida pelo Chile e do fator casa, a expectativa é de uma vitória tranquila para o Brasil. A partida é uma oportunidade de ouro para a equipe de Ancelotti apresentar um futebol mais ofensivo e convincente, encerrando sua participação nas Eliminatórias com uma atuação de gala diante de sua torcida.

Prognóstico: Brasil 3 x 0 Chile.